A experiência da Bienal Sesc de Dança possibilita ao público frequentador do Sesc a possibilidade de ressignificar espaços em que estão acostumados a realizar atividades corriqueiras. Na programação do festival, apresentações artísticas, performances e intervenções contribuem para lançar um novo olhar a estruturas familiares.
Mariana de Faria Kalef costuma vir com a filha de sete anos ao Jardim do Galpão para aproveitar a área de lazer, “brincar no tanque de areia e chupar sorvete”. Mas a performance “Si-Pó”, deu a ela um novo olhar para o local.
“A gente costuma frequentar essa parte do Sesc, principalmente, e vê-lo nessa outra configuração, com as intervenções acontecendo, faz a gente pensar nessas outras possibilidades que o lugar pode trazer para gente”, conta ela.
Entre o verde e o cinza do espaço, o concreto e árvores do Jardim do Galpão, o performer Odacy Oliveira abordou as relações, inquietações, sensações e afetações dos corpos, e do próprio ser humano, no e com os espaços naturais e urbanos. Os movimentos, suas ações corporais e interações com as árvores, com o chão de cimento, e elementos como o carvão, a terra, entre outros, além da sonorização no ambiente, corroboram para que a visita ao local saia do comum e leve ao momento de reflexão.
Diante da crescente onda de calor que assola o país, as alterações climáticas, queimadas, o desmatamento, o trabalho traz o encantamento pela floresta e a dor sobre esse flagelo da relação humana, como observou a frequentadora: “Ele traz esses elementos, o carvão, a terra, e como o homem está se relacionando com isso. Achei muito legal a parte do carvão em que ele está rolando e girando e vem subindo essa fumaça, mostrando como a gente está nessa ligação direta com o ambiente, com essa troca”.