Engasgadas, segundo rito para regurgitar o mundo
Zona Agbara | SP | Brasil
Espetáculos
Brasil
16 anos
50'
Espetáculos
Brasil
16 anos
50'
No espetáculo dirigido por Gal Martins, seis intérpretes expõem as muitas violências que suas corpas pretas e gordas sofreram ao longo de suas existências e anunciam que não aceitam mais engolir esse mundo indigesto. “É preciso soltar esse amargo. O engasgo é inevitável e a partir daí é preciso regurgitar para sobreviver”, afirmam as artistas.
A dramaturgia coreográfica ressignifica dores, transformando-as em potência a partir do contato com uma memória de futuro ancestral. Tomadas por ela, as lembranças da terra plantam no sagrado um matriarcado negro, junto de poéticas da flacidez e do nascimento da verdade e do desejo. Assim, corpos antes confinados pela sociedade ao estereótipo de doentes, sem tônus e sem pulso, desfazem os nós que os perturbam e dançam, se movimentam e falam, acompanhados de uma trilha sonora com referências da música preta contemporânea.
Desenvolvendo uma forma de criação dedicada a romper estigmas, alcançar novos imaginários e eliminar olhares que patologizam as “gorduras que as moldam”, as artistas da Zona Agbara propõem uma revisão dos pilares da gordofobia. A ideia é refletir sobre a padronização da beleza, fazendo com que outras mulheres se sintam representadas e encorajadas a enfrentar seus medos e angústias.
FICHA TÉCNICA
Concepção, direção artística e coreografia: Gal Martins;
Assistente de direção e preparação corporal: Rosângela Alves;
Intérpretes-criadoras: Iolanda Costa, Letícia Munhoz, Suzana Araúja, Gal Martins, Gustav Couber e Rosângela Alves;
Trilha sonora: Dani Lova;
Texto: Elenco;
Figurinos e adereços: Thaís Dias;
Preparação vocal: Klécio Miranda;
Direção de produção: Dani Lova;
Assistente de produção: Ana Paula Almeida;
Projeto e operação de luz: Camila Andrade;
Operação de som: Dani Lova;
Fotografia e audiovisual: Lua Santana.