Selvagem
Clarissa Sacchelli | SP | Brasil
Espetáculos
Brasil
12 anos
60'
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12 anos
60'
A palavra selvagem é comumente associada ao oposto das coisas ditas civilizadas. O novo trabalho de Clarissa Sacchelli, porém, questiona os sentidos do termo, buscando desconstruir as narrativas de ordens civilizatórias associadas a ele. Apostando em um contato que não segura nada no lugar, o espetáculo investiga a criação de relações que só podem existir porque tudo se encontra fora do eixo, recusando a se fixar.
Em cena, numa espécie de dança de salão em trio, as performers movem-se em suporte mútuo, apostando na inclinação como uma prática coreográfica, uma ética de cuidado e um movimento de desorientação e reorientação dos sentidos. Partindo da aproximação entre a dança e o cuidado, a obra investiga como os corpos se orientam no espaço e no tempo quando se direcionam para algo ou alguém. Ao invocar o que está entre e além do binário vertical-horizontal, a peça interroga quais orientações têm sido determinadas aos corpos pelas estruturas coloniais e patriarcais.
A ideia não é extinguir a verticalidade, mas desfazer o ponto de vista no qual ela e suas relações com a estabilidade, a linearidade e a autonomia fazem sentido. Ao trazer a inclinação como possibilidade de perturbar os modos como os corpos humanos usualmente se organizam, a montagem convoca para uma dança social e para um tempo de se estar junto.
FICHA TÉCNICA
Concepção: Clarissa Sacchelli;
Coreografia e performance: Carolina Callegaro, Danielli Mendes e Clarissa Sacchelli;
Luz e coordenação técnica: Laura Salerno;
Desenho de som: Luisa Puterman;
Arquitetura de som: Miguel Caldas;
Composição visual: Renan Marcondes;
Diálogo coreográfico: Thiago Granato;
Diálogo dramatúrgico: Anne Kersting e Niklaus Bein;
Montagem de som: Tomé de Souza e Igor Souza;
Assistência de luz: Fellipe Oliveira;
Traquitanas de luz: Ale Melo/Perua Estúdio;
Cenotecnia: Eduardo Joly e Marcus Garcia;
Produção Executiva: Iolanda Sinatra;
Produção: Clarissa Sacchelli/ganhapão e K3 Tanzplan Hamburg;
Coprodução: Sesc São Paulo;
Financiado por: Hamburgische Kulturstiftung e Goethe Institut;
Suporte administrativo: Cais Produção Cultural;
Apoio: Camila Klein;
Agradecimentos: Ana Rita Teodoro, Associação PARASITA, Clara Gouvêa do Prado, Cláudia Müller, Diogo Coelho Fandangueiro, Equipe da Bienal Sesc de Dança 2023, Equipe do K3 Tanzplan Hamburg, Fabrício Floro, Gloria Höckner, Grupo de Fandango de Tamanco Cuitelo de Capão Bonito e Ribeirão Grande, Ivan Bernardelli, João dos Santos Martins, José Luiz Ferreira Ramos, Jura Tamanqueiro, Maitê Lacerda, Pol Pi, Talita Rebizzi, Venetsiana Kalampaliki e Waléria Sacchelli Ramos.