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Sesc lança a programação da Bienal de Dança 2023

Notas da redação

Durante 11 dias, de 14 a 24 de setembro, Campinas vai respirar e transpirar dança. A Bienal Sesc de Dança será palco de reencontro para artistas e público em uma programação com diversas experiências e uma reconexão com a cidade. Com realização do Sesc São Paulo e apoio da Prefeitura Municipal de Campinas e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a 13ª edição do evento contempla mais de 60 atividades entre espetáculos, instalações, performances e ações formativas, distribuídas entre espaços do Sesc Campinas e da Unicamp, aparelhos culturais como Teatro Castro Mendes, Estação Cultura, Casa de Cultura Fazenda Roseira, Armazém CIS Guanabara, Museu da Imagem e do Som (MIS), Senac, além de áreas públicas como ruas, praças e até o terminal rodoviário municipal.

A 13ª Bienal Sesc de Dança marca o retorno do festival ao formato presencial após a realização, em 2021, de uma edição completamente on-line devido à pandemia da Covid-19, e reafirma seu compromisso com a difusão da produção artística nacional e estrangeira apresentando uma programação com foco na pluralidade de corpos e nas poéticas da dança contemporânea. Berço do mais tradicional curso de graduação em Dança do estado de São Paulo, na Unicamp, Campinas se estabeleceu como sede da Bienal em 2015, após oito edições em Santos (de 1998 a 2013).

Para iniciar a maratona de dança o espetáculo “Encantado”, vencedor do prêmio APCA de Dança na categoria coreografia/criação, da Lia Rodrigues (em) Companhia de Danças, do Rio de Janeiro, sobe ao palco do Sesc Campinas dia 14 de setembro, quinta-feira, às 20h. É a primeira vez, desde que a Bienal Sesc de Dança passou a ser realizada em Campinas, que um espetáculo brasileiro faz a abertura do festival.

Para a edição 2023, a curadoria, formada pela artista, pesquisadora e educadora Soraya Portela (PI) e os programadores do Sesc São Paulo, Talita Rebizzi; Thiago Aoki; Maitê Lacerda; Natalia Nolli; Ana Dias de Andrade e Dani Scopin, busca levar ao público um olhar para potências da coletividade, aspectos do cuidado e atravessamentos do presente. A 13ª edição da Bienal Sesc de Dança propõe, por meio de sua programação, imaginar um Brasil dançando. Para isso, várias das atividades convidam o público a integrar as propostas, dando corpo a sua realização. Nesse sentido, é possível participar de aulas abertas e workshops; contribuir nas reflexões e criações e integrar os elencos das residências.

Talita Rebizzi explica que um diferencial deste ano foi uma curadoria estendida, iniciada em dezembro do ano passado, e sem convocatória, “por conta do contexto que o país atravessa e por ser um ano de transição”. Ela cita também o diferencial de abrir a Bienal com um espetáculo nacional. “Em Campinas é a primeira vez que uma montagem nacional abre a Bienal. Esta é uma forma de valorizar nossos artistas”.

Talita aponta que os seis espetáculos internacionais são inéditos no Brasil. “Temos também algumas estreias nacionais, como o “Ato1”, do grupo SalaMUDA, de Campinas, com participação de integrantes da Cia. Eclipse; o “Corpos Velhos – Pra que servem?”, de Luis Arrieta; e “Sangria – Manifestos Poéticos”, do Osibàtá Coletivo de Dança. A curadoria pautou suas escolhas pelo desejo de trazer pessoas com diferentes trajetórias para este espaço”.

Soraya destaca a linha da contemporaneidade da Bienal e conta que não chegou a acompanhar nenhuma das edições anteriores. “Ao receber o convite para integrar a curadoria, pensei em como daria conta da tarefa. Partimos da proposta de fazer o Brasil conhecer o próprio Brasil, de trazer o pessoal do Norte, Nordeste para mostrar seus trabalhos como profissionais da dança. O Norte e Nordeste não têm apenas quadrilha, festas juninas e manifestações populares. O Piauí, por exemplo, pesquisa a dança contemporânea há muito tempo”, afirma.

A Bienal 2023 traz obras e artistas do Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo, além de apresentar ações da África do Sul, Chile, Coreia do Sul, França, Moçambique, Ruanda, Síria e Suíça.